sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A intransigência do governo e a necessidade de fortalecer o movimento grevista

Fazendo uma análise histórica de como se construíram as greves em nosso sindicato é possível concluir que nossa disposição ao diálogo com o governo sempre se reafirmou. Participamos de inúmeras reuniões com o governo antes de deliberar pelo movimento grevista. E nesta greve não foi diferente: foram mais de dez reuniões com MEC e MPOG apenas nos últimos quatro meses.

No entanto, podemos perceber que a disposição do governo em fazer reuniões não passou de uma estratégia para adiar as respostas negativas às nossas reivindicações. Mesmo passando por todos esses momentos de diálogo, o governo não manifestou formalmente suas posições sobre nossas solicitações. Pior ainda: o governo simplesmente decidiu, de maneira hostil e desrespeitosa, não receber mais as entidades que estiverem em greve.

Este é um fato novo na história das greves, é algo que nos deve servir para fortalecer ainda mais nosso movimento. Em anos anteriores nossos informes de greve traziam informações sobre os diálogos com o governo e os encaminhamentos para nossas reivindicações. O que temos agora é um silêncio completo por parte do MEC e do MPOG, que suspenderam os diálogos ao invés de intensificá-los para debater e atender nossas reivindicações o mais rápido possível, terminando a greve sem maiores prejuízos.

Ao nosso ver, essa posição demonstra o total desinteresse do governo Dilma em atender aos trabalhadores e trabalhadoras.

Como estão as negociações? Até quando irá a greve? Estas são perguntas que ouvimos diariamente. As respostas são simples: as negociações, por incrível que pareça, não existem porque o governo recebeu nossa pauta antes mesmo da greve ser deflagrada (a pauta foi protocolada em maio de 2011) e não se manifestou oficialmente. A duração da greve dependerá do governo, dependerá de quanto tempo mais ele continuará desrespeitando nosso movimento e reafirmando, em seu silêncio, sua indisposição em atender nossas justas reivindicações.

Somos uma entidade com uma longa história de lutas e nesse momento nossa posição não pode ser diferente. Temos muitos motivos para lutar, e mais este novo, que é o desrespeito extremo do governo, que não nos recebe para debater nossas reivindicações, como acontecia antigamente.

Nossa greve é nosso instrumento de luta mais legítimo. Estamos lutando por nossos direitos, somos servidores e servidoras públicos, passamos por concursos públicos e temos direitos garantidos por leis e pela própria Constituição Federal. Não podemos admitir que o governo continue retirando nossos direitos e precarizando cada vez mais nossas funções nas instituições educacionais.

Lutamos por reajuste salarial sim, somos trabalhadores e trabalhadoras e temos esse direito, ainda mais quando sabemos que o governo desvia montantes cada vez maiores para o enriquecimento ilícito de seus membros. Lutamos por reestruturação das carreiras, pois nossas instituições se modificam diariamente e temos demandas diferentes de trabalho sem que nossas carreiras sejam adequadas às essas mudanças. Lutamos pela destinação de 10% do PIB para a Educação Pública, por que não podemos admitir que mais da metade do orçamento do nosso país seja destinado ao pagamento de dívidas públicas enquanto a Educação receba menos que 3%. Lutamos pela abertura de concursos, pois não há como se expandir uma rede sem profissionais contratados de forma clara e legal, que são os concursos públicos.

A greve está se fortalecendo, já são quase 200 campi em greve, realizando assembleias e atividades de mobilização nos estados. Novas seções sindicais estão sendo criadas e cada vez mais servidores estão se organizando, sensíveis às pautas e ao movimento regressivo de retirada de direitos. A FASUBRA permanece na luta e agora o Andes-SN já sinalizou a deflagração da greve diante do recuo do governo nas “negociações”. Os servidores/as da educação pública federal estão firmes na luta e nossos próximos passos são decisivos. Nossas matérias relatarão as ações do Comando Nacional de Greve em Brasília para abrir as frentes de diálogo, além disso, é preciso fortalecer as atividades nos estados para que possamos pressionar a abertura das negociações.

Divulgaremos em nossos boletins a cobertura das mobilizações pela mídia nos estados, portanto, envie as matérias para comunica.sinasefe@gmail.com Neste boletim indicaremos também atividades que podem ser realizadas em sintonia com as atividades nacionais.

Profissionais e estudantes da educação na luta pela garantia da qualidade, gratuidade e referência de sociedade que defendemos!

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