sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Comando de Greve do IFAL é recebido pelo reitor Sérgio Teixeira

O reitor Sérgio Teixeira recebeu na manhã de hoje o Comando de Greve do IFAL em seu gabinete. A reunião também foi parcialmente acompanhada pela imprensa, com presenças de repórteres da Gazeta, O Jornal e Tribuna.

Durante o encontro, os representantes do Comando de Greve expuseram a conjuntura política do movimento, com uma greve nacional que se amplia a cada dia e pode tomar contornos de um movimento unificado dos Servidores Públicos Federais, algo que não ocorre desde a greve contra a Reforma Previdência, no início do segundo semestre de 2003.

Também foram relatados os problemas que são enfrentados localmente, principalmente sobre a questão da precariedade estrutural. Alagoas poderia, fatalmente, ter que entrar em greve sozinha - caso não existisse a greve nacional - por condições impróprias para o trabalho em grande parte das suas unidades. Representantes de Penedo e Murici estavam presentes e relataram parte de suas angústias profissionais diárias. Murici está enumerando suas deficiências em uma carta e a enviará ao MEC.

Em reflexão ao que ouviu, o reitor se mostrou sensível ao movimento e suas pautas. Para ele, a expansão que está sendo feita pelo Governo Federal tem muitos problemas e o seu terceiro pacote, a ser lançado em curto prazo, nem deveria sair até que os problemas da "Expansão 2" sejam resolvidos.

Sérgio Teixeira culpou a não sondagem do terreno por parte da empreiteira responsável pela obra do campus de Penedo pelo atraso na entrega do mesmo, mas garantiu que uma mudança do atual local de trabalho para um novo não vai demorar - a unidade penedense funciona de maneira improvisada em um orfanato.

"Eu não ficaria dois meses lá, não tem a mínima condição de funcionamento", disse o reitor sobre a situação dos trabalhadores lotados em Penedo.

Sobre Murici, Teixeira foi ainda mais incisivo. Apoiou a iniciativa dos servidores do campus em escrever a carta-denúncia e disse que dará um ultimato ao prefeito da cidade, Remi Calheiros, sobre o pedido do terreno para a instalação da unidade: caso não cheguem a um denominador comum, o reitor falou - inclusive - que está disposto a comprar uma briga com o senador Renan Calheiros e solicitar a mudança da unidade de Murici para outra localidade.

"Se a Prefeitura de Murici não resolver a questão do terreno, vou pedir ao MEC a mudança do campus para outra cidade", disse.

Em Murici, para se ter uma idéia, a unidade de ensino é uma das piores dos Institutos Federais no país, sendo dividida com estudantes da rede fundamental de ensino, apresentando problemas nas instalações elétricas - que danificam os aparelhos com frequência -, insalubridade da água potável, somente três banheiros para os quase 300 estudantes e trabalhadores dividirem etc. O orçamento para investimentos em Murici foi revelado pelo reitor: R$2,3 milhões. Quantia que, sem um prédio próprio (e apropriado para receber investimentos), fica até difícil de ser utilizada pela gestão.

Durante a reunião, o reitor garantiu que respeitará a greve, enfatizou que a mesma está dentro da legalidade, e mostrou sensibilidade às pautas.

"O salário dos docentes iniciantes do IFAL é menor que o de um técnico de Universidade Federal. É realmente absurdo. Faltou empenho do MEC e do MPOG para resolver a questão da carreira dos servidores. O projeto já está lá faz três anos", falou Teixeira.

O reitor garantiu a legitimidade do direito de greve e que não vai admitir pressões de diretores para que funcionários não adiram a mesma. Quem quiser entrar em greve, terá seu direito respeitado e não sofrerá pressões ou perseguições.

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