quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Cara feia para os trabalhadores/as e braços abertos para os banqueiros

Esse, que já é o início de greve mais forte e meteórico na história do SINASEFE, demonstra o quanto foi certa a deliberação do nosso movimento de iniciar a luta a partir de 1º de agosto.

No momento em que a conjuntura se iguala a do primeiro governo FHC (anos 90), quando crises financeiras nos assombram e somam-se sérios prejuízos ao sistema financeiro internacional, a base da categoria em todo o país está demonstrando que fazer a luta e a defesa dos nossos direitos - e dos direitos dos brasileiros e brasileiras que dependem dos serviços públicos que prestamos – é algo legítimo e inadiável.

Os trabalhadores/as responderam rapidamente ao chamado da luta, compreendendo que não existe outra saída, a não ser um movimento forte que possa pressionar o governo a negociar e não nos atropelar com seus projetos de estado mínimo e de retirada de direitos, que, mais uma vez, paguemos a conta construída por eles e seus financiadores de campanhas.

Nossa greve, inclusive, está começando a inquietar o poder, pois já demonstramos a clara possibilidade de trazer outros setores para essa luta, promovendo, quem sabe, uma greve em grande parte dos serviços públicos federais.

Quando falamos da igualdade de condições com aquele nefasto período FHC, estamos exatamente identificando a relação conjuntural e as medidas que já começaram a ser apresentadas e adotadas pelo atual governo petista. Assim como o tucano, o governo Dilma vem enviando medidas para o Congresso Nacional que aviltam nossos direitos e trazem para ordem política do momento a retomada de projetos com a cara do neoliberalismo: congelando salários e gastos públicos; transformando a avaliação de desempenho em instrumento demissionário; privatizando hospitais universitários; criando modelos misteriosos de previdência para os/as servidores, dentre outras medidas. E não estamos falando de ataques para o futuro, são vários os projetos que tramitam rapidamente, quase entrando em votação, com o apoio da maioria constituída minuciosamente pelo atual governo.

Além desses ataques mais gerais, o governo já negou reajuste salarial em 2011, e para 2012 tenta nos ludibriar com o velho discurso da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que acaba não representando nada, já que o próprio orçamento de 2011 foi modificado no início do ano com o corte de 50 bilhões de reais. Um corte que demonstrou que LDO e demais previsões orçamentárias se modificam a partir dos interesses do executivo e legislativo.

Enfim, o que temos realmente é a nossa luta e a greve, que já vem sendo deflagrada e crescendo de forma vertiginosa, garantindo que este é o caminho para termos algum horizonte a vislumbrar mais adiante. Ainda assim, sabemos que não teremos facilidades nessa greve, mas com certeza todos os nossos problemas não serão nem de perto tão duros como seriam sem recorrermos a este instrumento legítimo de defesa dos nossos direitos.

Queremos parabenizar a todas as bases que já deflagraram a greve, bem como alertar para a necessidade do seu fortalecimento em cada local de trabalho, envolvendo e esclarecendo nossa comunidade escolar. Na próxima semana, quando será iniciada a Jornada Nacional de Lutas, em conjunto com outros setores da classe trabalhadora, poderemos nos mobilizar ainda mais, durante atos e passeatas para pressionar o governo a abrir uma mesa de negociação de fato, acabando de vez com a enrolação que já vem desde julho de 2010 e não mudou desde que Dilma assumiu a presidência.

Às seções que ainda não deflagraram o movimento, falamos da nossa expectativa de que possam paralisar as suas atividades e possam vir ajudar a fortalecer nossa mobilização, ampliando as pressões que a nossa greve já produz junto ao MEC e demais setores do governo federal. Neste momento, mais do que nunca, nossa unidade é a única ferramenta que possuímos para quebrar o bloqueio de um governo que continua a fazer cara feia para os trabalhadores/as e abre braços e sorrisos para os banqueiros.

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